POEMINHA DO RÉ MI FÁCIL…

POEMINHA DO RÉ MI FÁCIL…

 

 

Gosto de brevidade em poesia. Reconheço o valor e a beleza de grandes epopeias, mas penso que se não há uma grande história a ser contada, melhor é dizer o que se pretende com o mínimo de palavras possível.

A poesia lírica flagra um instante: de dor, de alegria, de amor, de expectativa, de esperança… Para dizer desse instante poucas palavras são necessárias, apenas as essenciais. Encontrá-las é tarefa do poeta, do bom poeta.

Todas as palavras não essenciais pesam no poema, parecem querer dizer que melhor ficariam noutra parte, num conto talvez, num romance, num artigo de jornal…

O bom poema é leve, breve. Penso assim. Encontrar, portanto, o poeminha acima, foi para mim um deslumbramento.

Note que ele é praticamente uma brincadeira feita com as notas musicais, uma apropriação de seu ritmo e de sua sonoridade.

São marcas dessa sonoridade as sílabas tônicas e as rimas entre “fá” e  “lá”, “mi” e “si” e, agora, também entre “cil”. Apresenta, no entanto (e além disso), a bela imagem dos olhos da pessoa amada como paisagem: acolhedora paisagem de sol poente que convida para o aconchego, para ali “morar”.

Embora a palavra olhar não seja utilizada (mas apenas “olhos”), não é difícil inferir que é através de um olhar demorado, que descansa no olhar do outro, que o “morar” acontece. Desse modo, o poeminha economiza até a possível rima (rica) entre olhar (neste caso, substantivo) e morar (verbo). Usa, portanto, apenas as palavras estritamente necessárias e faz bonito: de forma lúdica transforma o instante em melodia e lirismo, em poesia.

.

.

Beijo&Carinho,
.
Compartilhe esta página as redes sociais:


20 thoughts on “POEMINHA DO RÉ MI FÁCIL…”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *