A ESTRUTURA DO HAICAI

A ESTRUTURA DO HAICAI

 

Claro que existem grandes e belas epopeias que, em versos, contam a história de um povo, de uma nação.  Os lusíadas, de Camões, é exemplar: 8816 versos distribuídos em 1102 estrofes de oito versos cada, decassílabos todos eles, a rimarem entre si no esquema de oitava rima em que o primeiro verso rima com o terceiro e o quinto, o segundo rima com o quarto e com o sexto e o sétimo e o oitavo rimam entre si: abababcc.

Nossa… como respeito esse grandioso trabalho!

 

 

Entretanto, se os versos não forem tão trabalhados e o objetivo for menor que o de uma epopeia, que os poemas sejam também mais breves. Se assim for, acredito que a legião daqueles que afirmam não gostar de poesia será desbaratada, porque a bem da verdade não há como não gostar de poesia, ainda que ela exija certa iniciação. É totalmente possível, por outro lado, não achar graça em  – ou mesmo detestar – textos melosos e mal escritos, mal recortados em forma de versos e sem nenhuma poeticidade.

 

 

 

Que se consiga expressar um universo em poucas palavras é a glória buscada pelos poetas de todos os tempos e obtida, aos meus olhos, por aqueles que criaram belos sonetos.

Se os catorze versos do soneto, entretanto, ainda provocam vertigens ao leitor pouco afeito às inversões frasais e outros recursos estilísticos, sugiro que inicie sua educação poética com a leitura dos haicais, nos quais brevidade e beleza se fundem.

De origem japonesa, os haicais têm apenas três versos, o primeiro e o último deles com cinco sílabas métricas e o segundo com sete.

Com apenas três linhas, portanto, ou dezessete sílabas poéticas (estrutura original), o haicai valoriza a concisão e a objetividade ao flagrar – como num quadro – um instante digno de nota.

 

 

Se tradicionalmente os haicais se fazem acompanhar de uma ilustração, Elisa Campos ilustra os seus com belas imagens fotográficas que captura com a mesma sensibilidade usada na criação de seus versos:

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Dona de uma inquestionável sensibilidade poética, Elisa Y. Campos se apresenta como “uma aprendiz no universo da arte”. “Pelos caminhos”, ela diz, “vejo a trilha dos saguis, o descanso da joaninha, o voo dos bem-te-vis, o decolar de aviões, o desabrochar das flores de ipês, a erupção dos vulcões…”.

Para conhecer mais, acesse seu blog. Há muito mais haicais e imagens por lá.

 

Beijo&Carinho,.
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